Na "Semana da Lusofonia" deixamos o registo de algumas lendas dos países lusófonos, cuja recolha é da autoria da professora e amiga do projecto, Olinda Gil.
" Antes da formação da nação portuguesa, vários povos habitaram este lugar, entre eles os lusitanos, povo agro-pastoril, que enfrentou bravamente o domínio e a opressão dos romanos. Sendo um país tão antigo, foram muitas as lendas que se criaram para contar tão extensa história. Lendas medievais, lendas ainda mais antigas; chegaram aos nossos dias as mais belas narrativas que contam a saga de um povo e da sua nação, formadora de uma cultura linguística que se estendeu pelos quatro cantos do mundo.
Da antiga Lusitânia ao Portugal de hoje, chega-nos um acervo de personagens maravilhosas, algumas trazidas das páginas de Homero, outras do imaginário medieval, das páginas cantadas pelos trovadores.
“Olisipo, a Cidade de Ulisses” é uma das lendas mais cultivadas pelo povo português. É a história da fundação de Lisboa, que segundo a tradição lendária, teria sido feita pelo herói homérico Odisseu (Ulisses), que na sua viagem errante após o fim da guerra de Tróia, perder-se-ia por vinte anos pelos mares europeus. O herói grego teria atravessado as Colunas de Hércules (Estreito de Gibraltar), alcançando a desembocadura do rio Tejo, deparando-se com o reino de estranhas criaturas metade mulheres, metade serpentes. Olisipo, a cidade mítica de Ulisses, seria mais tarde Lisboa, a bela capital portuguesa.
“A Dama Pé de Cabra” resgata o período de conquista das terras lusitanas aos muçulmanos, também chamados de mouros. A luta por esta conquista foi sangrenta, o que fazia o povo cristão a sentir que efectuava uma guerra santa, cada mouro morto por sua espada, significava recompensa na terra e nos céus medievais. Esta lenda traz a figura do diabo, tão temida e tão comum no quotidiano do homem medieval. Entre as guerras e os medos dos demónios, surgia uma nação jovem, cristã e destinada à expansão através do mundo.
“O Galo de Barcelos” retrata um dos símbolos mais populares de Portugal. Várias são as versões da lenda, mas todas elas remetem para um único final: a ressurreição de um galo assado, que com o seu canto vivo efectuaria a justiça e repararia a injúria diante dos injustiçados. É uma lenda sucinta, mas com forte teor de se ver através dela o cumprimento de todas as leis, fundindo-se entre as leis sacras e as leis dos homens, tornando-se um uno inquestionável.Três lendas de beleza universal, que nos remetem para diversos momentos de uma história imaginária e repleta de aventuras seculares, que fariam dos lusitanos grandes navegadores e descobridores de mundos diversos, infinitos aos olhos humanos.
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