segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

ANGOLA, HOJE!

A Realidade Angolana Contada na Primeira Pessoa

Hoje, a turma do 9º A teve o prazer de ouvir duas Missionárias, a trabalhar em Angola, sobre as suas vivências antes e depois da Guerra, naquele território, enquanto educadoras , professoras, assistentes sociais, psicólogas, religiosas, “ bombeiras” e muito mais…
As irmãs, Alzira, Educadora e Bernardete, Professora na Universidade Católica, em Luanda, naturais do distrito de Leiria, partilharam as suas experiências, deram conhecimento das muitas dificuldades que enfrentam no quotidiano para tentar minimizar o sofrimento de outros, salientaram a enorme desigualdade social, principal factor de conflitos, actualmente e na “PAZ” relativa que se vive, hoje naquele país, reflexo dessas desigualdades sociais.

A irmã Bernardete estabeleceu um diálogo com os alunos durante o qual mostrou as diferenças entre as Escolas dos dois países quer no que se refere aos meios materiais quer à motivação dos alunos. Enquanto em Portugal, ainda se regista um elevado abandono escolar, em Angola os alunos esperam ansiosamente que abram vagas nas Escolas. Ao nível do ensino superior, o elevado custo das propinas, cerca de 300 dólares mensais, leva a que muitos alunos, após as aulas, se sujeitem a ir para a rua, vender o que for necessário, para assim puderem continuar os estudos. Transmitiu a necessidade de compreender as dificuldades dos outros como meio de valorizar o que temos e que consideramos ser um direito adquirido.

A irmã Alzira, mais emotiva, pela vivência antes, durante e pós-guerra, através de um discurso simples e de coração aberto, fez um breve resumo sobre a sua experiência pessoal e da Missão, na qual trabalhava, enquanto apresentava imagens , antigas (durante a guerra) e fotografias mais recentes (Agosto 2009), muito elucidativas e comoventes desses tempos que marcaram todos quantos por lá passaram: Desde crianças e adultos subnutridos até às diligências que foram sendo feitas, muitas com empenho e custo pessoal, para ajudar a minimizar as cicatrizes da guerra, que jamais se poderão ignorar. Tal como a Irmã Bernardete tinha anteriormente referido, hoje vive-se um período diferente mas igualmente difícil, pois as desigualdades sociais são enormes e a riqueza encontra-se mal distribuída.



Apesar de existirem alguns índices de desenvolvimento social, estes dizem respeito a uma minoria da população, sendo que a maioria, cerca de 95% dos Angolanos, vive em situação deextrema pobreza. Os alimentos escasseiam, não há água potável, os cuidados médicos são poucos e o saneamento básico inexistente. Ainda hoje morrem diariamente muitas pessoas devido à má nutrição.


Não obstante começar a existir algum financiamento, o Governo ainda não dá resposta a Áreas como a Educação e a Saúde. É nestas áreas que as Irmãs investem, dedicando-se totalmente, com o apoio da Igreja. Também trabalham com a CÁRITAS.




A obra das Irmãs Dominicanas, Congregação à qual pertencem, eStende-se a outros países Africanos e não só:


- Em Timor criaram um Centro de Promoção Social. Aqui falta tudo;

- Em Moçambique, criaram a "Escola do André", designação dada a um Programa de Apadrinhamento. Cada padrinho proporciona, a cada criança, roupa, pequeno-almoço e uma refeição diária;

- Na Albânia, as carências também são muitas e aqui desenvolvem também um Programa de cariz social.




Durante os escassos 45 minutos, período de duração da aula de Formação Cívica, os alunos do 9º A e as professoras Maria Goreti e Lucinda Crespo tiveram a oportunidade de ver, através da apresentação de imagens, e de ouvir testemunhos, na primeira pessoa, de pessoas que contactam diariamente com uma realidade que para muitos de Nós estava ultrapassada.



Bem- Hajam as Irmãs pela disponibilidade, dedicação e entrega total aos outros, pela coragem e generosidade intensas que aqui revelaram.



O Nosso Muito Obrigada e o desejo de nos voltarmos a encontrar.


Votos de Feliz Natal, pleno de Paz , Amor e muito carinho para os que delas dependem.





A professora de FC


3 comentários:

  1. Não tenho palavras para agradecer a disponibilidade e a simpatia com que as Irmãs Alzira e Bernardete nos presentearam ao abrirem os seus corações e enriquecerem os Nossos.

    Vieram de Aveiro, pelos seus próprios meios, e deram-nos uma lição de vida difícil de esquecer.

    Disponibilizaram-se para colaborar no Projecto e a Nós resta dizer: Obrigada e Até Breve!

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  2. ai tao bónito... Ricardo Rosa

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  3. Quem é que se atreve a afirmar, que não há nada que os alunos prendam a sua permanente atenção?
    Vamos dar um exemplo.
    No dia 14 de Dezembro de 2009, pelas 14,30 na sala C9, enquanto decorria uma sessão com as Irmãs Bernardete e Alzira, os alunos do 9ºA, mostraram atenção, correção no modo de estar e gostaram de permanecer na sala. Atentos às informações e às imagens que iam sendo apresentadas.
    Um exemplo a seguir.
    Lucinda

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